26 de junho de 2008

>> novidades curto circuito

ora então é assim meus pequenos póneis, para já ainda não sei como é que se vai processar a votação, no entanto já tenho datas que vos posso avançar.

na sexta-feira (dia 27) à tarde, vou estar em directo no programa juntamente com os outros 24 finalistas, para transformar o estúdio do cc num verdadeiro quartel de bombeiros. à noite, o mesmíssimo rebanho estará no loft (sim, eu sei. dispenso comentários. até porque eu também não os posso fazer) na festa da sic radical, a fim de torná-la uma bestial e bem catita festa da mangueira.

na próxima quinta-feira (dia 3), chega a hora da verdade. eu, o espectacular candidato nº 4, estarei a apresentar o programa em directo com um dos já habituais apresentadores. qual o apresentador? qual o tema? a que horas começa? a que horas acaba? quantas páginas tem a lista telefónica da nova zelândia? não percam as respostas a estas e outras questões que vos atormentam num futuro post.

mais tarde, na quinta-feira a seguir (dia 10), eu e parte da manada cc vamos estar no festival 'alive!' a fazer sabe-se lá o quê, com sabe-se lá quem.

e pronto, para já é isto. agora vão para dentro, que está uma poderosa brasa lá fora, e não estou a falar da scarlett johanson.

24 de junho de 2008

>> subterranean homesick alien

no domingo, em casa dos meus pais, descobri um pequeno bloco de notas que remonta ao ano de 2004.

lembro-me perfeitamente do momento em que o comprei. estava na holanda, em erasmus, a poucos dias de voltar para portugal. numa das minhas últimas idas ao supermercado, vi aquele bloco azul, pequenino.

durante quatro meses, partilhei uma residência com outros 74 alunos erasmus. espanhóis, italianos, franceses, ingleses, chineses, alemães, belgas, brasileiros, finlandeses, irlandeses, sul-africanos, húngaros, austríacos, japoneses... you name it.

ali, o conceito de aldeia global tomava proporções nunca estudadas. ali, as fronteiras resumiam-se às escadas que separavam os três andares. ali, as divergências ficavam-se pela loiça na cozinha e o estacionamento das bicicletas.

na minha festa de despedida, deixei o pequeno bloco azul em cima de uma mesa à entrada, e escrevi na capa: i'm going home tomorrow and i don't want to sleep during the flight. please write something here, so i can read it on the air.

ontem, peguei no bloco e reli-o de uma ponta à outra. o que me fez rir durante o vôo há quatro anos atrás, ontem provocou aquele nó na garganta. aquele engolir em seco. aquele acto de morder os lábios. aquele pestanejar mais prolongado.

no fim, um suspiro. e um sorriso. o de sempre.

20 de junho de 2008

>> este blogue é movido a vontade de dormir

agora que o euro 2008 chegou ao fim (para nós), aqui ficam as minhas ilações sobre o mesmo:

- nos 5 minutos de jogo que consegui ver ontem, o nuno gomes marcou um golo. posto isto, acho que vai haver muito boa gente a querer pagar-me um lugar cativo no estádio da luz, mesmo sendo eu do sporting.

- muitos comentaram o facto de o cristiano ronaldo arranjar as sobrancelhas. se isto vira moda na selecção, quem fica a ganhar com 50% de desconto na esteticista é o bosingwa, que tem uma monocelha.

- eu acredito que houve um português que festejou a vitória da alemanha. chama-se sousa martins, e comemorou o facto de não ter de fazer mais 984375394745987435 directos para a tvi sobre a cor do chi-chi do simão sabrosa, ou sobre o pedaço de alface que ficou preso no dente canino do paulo ferreira depois de almoço.

- voltámos a ter crise. bolas.

- não guardem já as bandeiras e cachecóis. vêm aí os jogos olímpicos, e vamos todos torcer pela vanessa fernandes. apesar do cristiano ter sobrancelhas mais cuidadas.

18 de junho de 2008

>> they try to find the milky way

já aqui falei no senhor sebastien tellier. hoje deixo-vos com o single 'divine', o meu mais recente vício.


sebastien tellier - 'divine' (2008)

16 de junho de 2008

>> nina simone

há uma semana atrás, foi assim:

- estou...
- estou sim. andré penim?
- eu mesmo. quem fala?
- daqui fala da produção do programa curto circuito da sic radical. é para te informar que és um dos finalistas do casting para apresentador.
- olha... boa.

portanto, vão-se preparando para votar massivamente. mais tarde, vou chatear-vos de forma bastante exaustiva, extremamente maçadora e habitualmente espectacular.

11 de junho de 2008

>> will you marry me miss leslie?

é já daqui a pouco, na aula magna.


feist - '1234' & 'mushaboom' (paris, 2005)

5 de junho de 2008

>> a well respected man

ao longo dos anos que passei como estudante, nenhuma das minhas turmas foi fértil em homens. eu diria mesmo que devo ter tido uma média de 85% de mulheres nas salas de aula (roam-se de inveja senhores engenheiros). e esta pós-graduação... não é excepção.

e numa pós-graduação onde a imagem televisiva é um dos pontos mais valiosos, o que é que não pode acontecer? acidentes! e nisso meus caros... eu sou perito.

ontem, minutos antes da aula, decidi ir ao wc antes da chegada do professor. deixei o casaco, o famoso caderno e a caneta no café, junto das colegas, e lá fui eu, rumo ao meu chi-chi.

uma vez aliviada a bexiga e recolhida a genitália, encaminhei-me para o lavatório. abri a torneira para lavar as mãos e...

SPLASH!

regra número um das casas-de-banho que visitas pela primeira vez: abrir a torneira muito devagar, não vá a potência do jacto de água ser semelhante à erupção de um vulcão, após três séculos de adormecimento.

não que eu alguma vez tenha assistido à erupção de um vulcão após três séculos de adormecimento, mas até gostava de o fazer. a uma distância segura.

distância segura, era aquela a que eu NÃO estava da torneira, que me encharcou as calças. e onde é que as calças ficaram molhadas? de ladecos, mesmo ali ao lado do tintim direito. era água, pois era. mas numa turma onde todos somos novatos, quem iria acreditar em mim? ninguém, obviamente.

nos instantes que se seguiram, era ver-me de mão no bolso, a tentar chegar ao secador das mãos, e a esfregar as calças a um ritmo tal, que mais parecia a 'aldeia da roupa branca' em fast forward.

é algures neste processo, que olho pela brecha na porta do wc e vejo o professor a passar em direcção à sala. era agora ou nunca.

segui o professor como se fosse uma sombra. de passo certo, como se estivéssemos a marchar, bem coladinhos. como se a fivela do meu cinto estivesse presa na etiqueta das calças dele.

ao chegar ao café, o professor dirigiu-se para a sala, e eu estava agora exposto, abandonado ao improviso. numa fracção de segundos, passei de lado entre duas colegas, mandei uma joelhada na cadeira onde estava o meu casaco, baixei-me para apanhá-lo e levantei-me com o casaco apoiado no meu colo, como quem segura uma pasta.

a mancha estava agora tapada, e eu estava a salvo da humilhação pública. agradeci mentalmente ao são pedro por ainda fazer fins de dia fresquinhos, e me ter feito levar o abençoado casaco. depois, dirigi-me para a sala, onde uma vez sentado, estava completamente fora de perigo.

aleluia irmãos.

4 de junho de 2008

>> 90 bem medidos

os meus 14 anos. o aparelho nos dentes. o cabelo comprido. as levis 501. os primeiros versos escritos em papel. as sangrias. os amigos mais velhos. as noites na praia. as noites na esplanada. as noites de filmes e pipocas em casa da joana. o monopólio em casa do andré. a sueca em casa do miguel. a copa ao castigo em casa do nuno. o bodyboard. o vólei. as miúdas. as paixões. e mais versos escritos no papel.

tudo isto, e muito mais. nesta música.

três tristes tigres - 'zap canal' (1996)

2 de junho de 2008

>> duplo pós

pós-graduação em regime pós-laboral. todos os dias. duração de 2 meses. começou ontem (segunda-feira). tenho para mim que vou fazer duas grandes amigas até agosto. chamam-se olheiras.

no âmbito desta nova etapa, fiz algo que não fazia há muito tempo. parei numa papelaria e comprei um caderno. pautado. formato a5.

lembrei-me do início de todos os anos lectivos, quando decidia ser aplicado e comprava um caderno para cada disciplina. um fenómeno com esperança média de vida de um mês. no resto do ano, o lema era outro: todas as disciplinas, um só caderno. e claro, dezenas de folhas soltas.

mas a verdade é que sempre encontrei o que queria, sem dificuldade. aliás, se houvesse um dicionário ilustrado para expressões cliché, à frase 'sou organizado dentro da minha desorganização' corresponderia a minha foto.

ver também: 'lá vai mais um prego para o caixão' - foto de josé sócrates.
ver também: 'o prazer foi todo meu' - foto de carolina salgado.

recordei também os meus tempos de escola primária, em que a minha professora fumava nas aulas e batia nos alunos com uma régua. até ao dia em que partiu a régua nas costas do luisinho, e passou a usar um guarda-chuva. daqueles resistentes.

lembrei-me também do dia em que essa mesma professora me deu um estaladão com tamanha força, que fiquei despenteado durante duas semanas.

agora tudo é diferente. são os alunos que batem nos professores, e andar despenteado é moda.

já não nos dão o leite-com-chocolate no intervalo grande, nem os (tenebrosos!) comprimidos de flúor. já não temos cadeiras de madeira com 'dá-me um pontapé' escrito nas costas, nem carteiras escritas nas margens com chavões como 'zé ama maria' ou 'quem escrever aqui é rabo'.

já não punha os pés numa sala de aula há mais de dois anos. e confesso, tinha saudades.